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Um talento sem talento


Será que o talento faz sentido? Comecei a me perguntar com uma freqüência anormal cerca desse assunto. No começo foi difícil montar a teoria de que todas as pessoas nascem com ele. Eu disse todas. O difícil mesmo é aceitar que muitas dessas pessoas passam a vida inteira sem descobrir o seu. Um jogo triste. Um final nada feliz. Descobrir seu talento por si só pode ser muito difícil, respeitá-lo pode ser um desafio ainda maior. E quando não é você que descobre é ainda mais traumático. Mas como é possível ser traumático descobrir um talento? A luta com a verdade inicia com a negação e a rendição. Se por um lado é difícil descobrir um talento, por outro é muito fácil render-se ao fato de que não possui nenhum. A busca incessante para descobrir o seu pode ser lenta e dolorosa, mas o momento do alcance é enigmático, cheio de brilho e de verdade. Esse sim, um final feliz. Você talvez consiga chamar o amanhã de o primeiro dia do resto da sua vida. Depois vem a parte de respeitá-lo. Abraçá-lo como uma causa talvez, convencer as pessoas ao seu redor que você sabe fazer aquilo e é aquilo que te faz pessoa. O problema é convencer quem não foi e nunca será convencido disso. Maldito talento que não aparece para todo mundo. Isso é não respeitar o talento alheio, que é melancólico. Bom seria se o talento tivesse o “talento” de aparecer fácil e rápido. Tudo seria mais fácil e menos perturbador a todos. Juro.

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